O custo de viver
Vivemos na
chamada pós-modernidade, na era do individualismo, do hedonismo, da
propriedade, da plenitude do capitalismo. O consumismo move a vida de maneiras,
antes, inimagináveis, os valores têm-se invertido, as pessoas são movidas
incessantemente pela busca do prazer pessoal. A busca pelo lucro move a
humanidade, onde quase tudo, quase tudo mesmo, já pode ser comprado.
A
pós-modernidade surge no momento em que há um desencanto da modernidade, sua
proposta é a do irracionalismo, do subjetivismo, do relativismo, do fim da
História. O homem pós-moderno vive para a construção de algo para si, algo
individual, que lhe dê prazer e segurança, para isso trabalha e paga o quanto
for preciso, pagando, muitas vezes, o alto preço da
desonestidade, ele perda de valores, perde a noção de vida em sua complexidade
e totalidade, causa prejuízos para si e para todos ao seu redor para conseguir
o que tanto deseja, o seu prazer imediato e o prazer continuo, o qual, nunca
alcança.
O consumismo,
pois, é o atributo da sociedade que torna o consumo algo central, importante e
tem nele seu propósito de vida. Em sim mesmo o consumismo resulta de uma
reciclagem constante de desejos, vontades e anseios. Graças ao seu fator
propulsor da sociedade ele acaba por mover a vida de modo cada vez mais
enérgico e frenético, a fim de ter e fazer tudo aquilo que parece ser o “bom”
de agora, muitos valores são invertidos e o que antes era correto, hoje pode
ser errado e vice-versa.
A compra de tudo
e, de quase, todos é um fator chave na sociedade atual, afinal de contas tudo
virou mercadoria e comercio. A movimentação da economia se dá a partir da busca
pelo lucro, investe-se em tudo, nos filhos, no emprego, em roupas, tudo é
investimento. Para os filhos paga-se caro por educação para que no futuro eles
possam, de certa maneira, voltar esse investimento em lucro. No emprego
esforça-se além da conta por uma promoção para ganhar aumento e subir de cargo.
A aparência se tornou quase tão fundamental quanto a inteligência, vive-se na
moda, nas tendências de moda no propósito de estar sempre visualmente
agradável, pois isso lhe dará bons resultados.
Percebe-se que a
futilidade e a ideia, sempre imediatista, de ter para ser feliz fazem com que
os homens da sociedade pós-moderna façam de suas vidas uma verdadeira corrida
para alcançar algo que é utópico, a felicidade jamais poderá ser comprada dessa
forma, e o instante de agora, tratado como o instante chave para mudar as
coisas é apenas passado neste momento. O homem necessita perceber que a vida
pode e deve ser vivida de modo imediatista e que seus desejos devem ser
respeitados até onde for racional. O consumo é necessário, o consumismo é, por
vezes, doentio.
Juliana de Medeiros Gonçalves e Silva
O consumismo opera uma inversão: coisifica as pessoas e personaliza os objetos. Passa-se a viver para consumir e não o contrário, como seria de se esperar. No consumismo, assumimos a identidade daquilo que consumimos, somos o carro, a roupa, o celular, o relógio...enfim, a mercadoria que usamos, não por necessidade real, mas para sermos incluídos em determinado grupo. Isso nos apequena como seres humanos.
ResponderExcluirVivemos hoje em uma sociedade em os valores se invertem, estamos em um retrocesso. O supérfluo, o vlúvel, o flexível e o que pode causar o "gozo" instantâneo é o que importa nos dias atuais.
ResponderExcluirRosangela Rodrigues
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTento, hoje nadar contra a correnteza pois há tempos vivia de forma alienada, gastando o que não tinha para manter essa tal necessidade de pertencer a um grupo.
ResponderExcluirDevemos sempre refletir como Sócrates,devemos analisar quantas coisa existem e que não precisamos para sermos felizes.
Perfeito o texto, gostei muito. Infelizmente essa é a realidade da sociedade dos século XXI e dos próximo séculos, pois essa tendência só tende a piorar a cada dia.
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