terça-feira, 30 de outubro de 2012


VIDA PÓS- MODERNA

A pós-modernidade se apresenta como uma nova era, opondo-se à modernidade. Desbravando novos conceitos, quebrando as principais formas de pensamentos, tanto da modernidade quanto da antiguidade, essa atual rede ideológica pioneiramente nos apresenta uma “falta” de metanarrativa. Defende o relativismo, consumismo e fetichismo, distorção de valores, onde tudo é passageiro, tudo é liquido. Os objetos, os sentimentos possuem “prazo de validade”.  Não se existem referências claras, e nem tempo para diagnosticar o problema, é o tempo que não se pode para.
                  “...É como se estivéssemos correndo sobre uma
fina camada de gelo, onde não podemos parar,
se pararmos o gelo quebra...e muita das vezes
 não sabemos para aonde estamos indo mas,
não podemos parar”, como exemplifica Bauman .

O Zygmunt Bauman afirma que na pós-modernidade, que tudo que é sólido desmancha no ar, ou seja as coisas não possuem formas, são liquidas. As relações por exemplo são fluidas, a qualquer momento elas podem acabar, não existe garantia que a pessoa que esta com você permanecera com você, pois ela é “alimentada pelo mesmo motor que você” que diz: eu mereço ser feliz. Ou seja se aquele relacionamento não esta te agradando, você pode muito bem acaba-lo, pois não há nenhum valor ou referência clara que te contrarie.
Em relação ao consumismo o pós modernismo, instiga esse consumo exagerado, com a sociedade consumista ligado ao capitalismo, ele nos apresenta uma sociedade onde é mais importante você possuir um celular de ultima geração por exemplo, do que ter uma melhor qualidade de vida . A sociedade molda o cidadão pós-moderno. Desde a infância a pessoa é condicionada a querer possuir algo que as vezes nem é do seu alcance, por uma possível punição da própria sociedade (que costuma excluir ou incluir alguém pelo que essa possui). Propagandas são as grandes aliadas desse consumismo, fazendo, muita das vezes, com que o consumidor se ache na condição de necessidade do produto, o que é um ideia falha, pois a propaganda juntamente com as ambições capitalistas, trabalham o imaginário do cidadão para que ele realmente ache que sua vida vai mudar a partir do momento que ele adquirir o produto.
O pós-modernismo se qualifica de diversas formas e direções, pois existe na defesa de que tudo pode, tudo é relativo, tudo se modifica até mesmo os valores. Uma das principais pontos negativos do pós-modernismo é a falta de um referencial. Tem com isso “muitas verdades”, o que causa uma confusão em relação ao que é realmente certo ou errado, ou qual modo de vida seguir, o que realmente vai me fazer feliz, porque até o que “me faz feliz” é confuso, são tantos conceitos de felicidade, que nos perdemos. O Pós-modernismo possibilita aceitarmos nossos próprios conceitos como o verdadeiro real, mas também nos possibilita mudarmos de opinião a hora que bem entendermos! Um bom exemplo de discurso pós-modernista é uma música de Raul Seixas:
‘’Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Eu quero dizer

Agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
Eu vou desdizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha velha velha velha velha
Opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo’’
Metamorfose Ambulante

VIDA COSTA DE ARAUJO. 

 FONTE: fonte: BAUMAN, Zygmunt . Vida para o consumo: a transformação das pessoas em   mercadorias; tradução de Carlos Alberto Medeiros- Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2008. http://www.youtube.com/watch?v=58MMs5j3TjA

A Pós-Modernidade e suas contradições


               A PÓS- MODERNIDADE E SUAS CONTRADIÇÕES

Claudionice Alves Durans[1]

A pós-modernidade é uma concepção filosófica de mundo e de conhecimento que questiona as formas anteriores de relação entre os seres humanos, dos seres humanos com a natureza e deste consigo mesmo. Como afirma Miriam Sousa em seu artigo intitulado Educação e Pós-Modernidade:

Tão impressionantes transformações no campo econômico e Político correspondem também a significativas mudanças nas concepções de mundo e de conhecimento, originando correntes de pensamento que vão questionar as formas anteriores de relação do ser humano com o mundo, com os outros homens e consigo mesmo, buscando fundamentar uma outra subjetividade, adequado ao atual estágio de desenvolvimento da sociedade capitalista.

Os pós-modernistas acreditam que há um esgotamento nas relações do homem com os outros homens a exemplo do holocausto, do homem com o mundo como os problemas causados pelo avanço das tecnologias que levam à degradação da natureza. E aponta o capitalismo como o fim da história, já que as experiências socialistas do Leste Europeu, Cuba e China não deram certo, visto que houve um retorno à economia de mercado e como o modelo capitalista consegue “superar” suas crises, tornando-se cada vez mais global e o onde o discurso da modernidade não se evidenciou na prática.
O capitalismo enquanto fim da história é um equívoco, vide as revoluções que estão ocorrendo nos países árabes.
A pós-modernidade é a recusa da razão e para o modernismo a razão é o próprio conhecimento, sendo assim, a pós-modernidade vai de encontro à modernidade que tem como finalidade o progresso universal da história através da razão. Com isso a educação pós-moderna caracteriza-se pela desvalorização do conhecimento. E então como justificar o saber acumulado ao longo da história, já que o conhecimento pós-moderno é idiossincrático, isto é, fruto do acaso. Nesse sentido ele nega a ciência que é a busca da causalidade.
Por fim, a pós-modernidade desacredita nas metanarrativas, o que é contraditório, visto que se tratando de uma concepção de mundo, não deixa de também uma metanarrativa.


[1] Graduanda do 2º período do Curso de Pedagogia da UFMA.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Família pós-moderna: Pais omissos = A Adolescentes rebeldes



FAMÍLIA PÓS-MODERNA: PAIS OMISSOS = A ADOLESCENTES REBELDES

Sabe-se que a adolescência é uma fase muito complicada por natureza, e na era pós-moderna onde a internet invade os lares, ditando as regras da família, complica ainda mais a situação, principalmente nos lares onde não há um controle, por parte dos pais. O adolescente ouve que não é mais criança e que também ainda não pode ser adulto, que é como ele gostaria de ser tratado. Quer ser independentes, dar inicio à vida sexual, poder sair para a balada dirigindo o próprio carro ou o da família. Tudo isso seria normal se todos eles agissem com responsabilidade. Mas, não é o que acontece. É com bastante frequência que vemos através dos meios de comunicação, estatísticas referentes à delinquência juvenil, ao crime, às drogas e o alto índice de adolescentes grávidas. Tudo isso são sintomas dessa sociedade pós-modernismo.
Costumamos ouvir de pessoas mais velhas que os jovens de hoje não são mais como era há trinta anos. O que será que mudou? De quem será a culpa, se os adolescentes de hoje estão assim...?
Essa é uma questão difícil de responder, por que há vários fatores que contribuíram e ainda contribuem para isso. Primeiramente, os pais que não conseguem lidar com seus problemas do dia a dia, também não conseguirão enfrentar os problemas que surgem na vida do adolescente. Por outro lado, é muito difícil para os pais perceber que aquela criança que eles tinham dentro de casa cresceu e quer fazer suas próprias descobertas e ter suas experiências. Não adianta ficar só ouvindo os pais dizerem isso é certo; isto é errado. Os pais se sentem carentes e inseguros, pois os que tentam o diálogo com o filho ou a filha acabam frustrados porque o adolescente não quer mais ficar em casa com a família e nem sair com a mesma; quando fica, sua mente divaga e não presta atenção, isso quando não tem em mãos um celular ou um tablet. Os pais se sentem fracassados pelo fato de ter alguns problemas de comunicação com seu adolescente.

Durante a adolescência, o jovem começa a rejeitar alguns valores de seus pais, suas ideias e seus controles e passa a estabelecer seus próprios limites. Em certo sentido, esse é um processo positivo, é o estabelecimento de sua própria individualidade, seus princípios éticos, seus valores, suas ideias e suas crenças. Para alguns jovens, esse processo ocorre nos primeiros anos da adolescência; em compensação, para outros, chega mais tarde. Para alguns, é uma transição difícil; mas, para outros, é bastante fácil. Os pais com filhos que manifestam um pequeno grau de rebeldia se surpreendem quando escutam histórias de outros pais que fracassaram no relacionamento com seus filhos experimentando muita angústia, dissabores e desafios diretos.
O processo de estabelecer a própria identidade é um passo necessário para todo adolescente. Se não faz isso durante a adolescência, que é um momento oportuno, o mais provável é que acabe acontecendo na vida adulta. Muitas situações críticas da vida adulta podem, na realidade, ser considerados períodos de rebeldia em estado latente. É muito mais saudável quando essa experiência acontece naturalmente.
(PAIS E ADOLESCENTES: o relacionamento vale a pena. Construir Notícias, edição 48, outubro de 2009).
Com frequência, os adolescentes exigem privilégios, achando que estes são seus direitos. Alguns ficam confusos sobre o que é direito e o que privilegio. E os direitos dos pais? Seja qual for tem que ser exercido com sabedoria. Muitos adolescentes demonstram a rebeldia através do álcool, das drogas e do sexo. Se o período de rebeldia do adolescente irá se manter nos limites do “normal” ou será uma coisa anormal, depende, em grande medida, da intensidade e direção da relação dos pais.
A rebeldia anormal prejudica a família quando há constantes discussões, por exemplo, sobre o uso inadequado da internet, o carro, os namoros, as amizades, as regras, as limitações e o dinheiro. A rebeldia anormal pode ser medida através do seu grau de intensidade e da frequência com que ocorre. Hoje em dia, mais da metade dos roubos em lojas são feitos por adolescentes, e a maioria pertence à classe média. Não roubam porque tem necessidade, mas pela emoção que essa experiência proporciona. Às vezes, esses adolescentes procuram desesperadamente dizer a seus pais: “Talvez assim me deem atenção”.
A rebeldia é anormal quando o adolescente se nega a obedecer, per qualquer razão; ás regras do lar, ignora o horário de voltar para casa, faz uso de bebidas alcoólicas e drogas, pratica sexo, vive transgredindo as leis e se veste com roupas esquisitas. Quanto mais jovem é o adolescente, mais difícil será para a família controlar a situação, especialmente se as crianças menores percebem o que está acontecendo e procuram imitar esse comportamento.


Eliene da Silva Gonçalves






                                                                        

família pós-moderna: pais omissos = a adolescentes rebeldes

Gravidez na adolescência, um dos problemas da pós-modernidade.
“A liberdade é uma benção ou uma maldição? Uma maldição disfarçada de benção, ou uma benção temida de maldição?” (Bauman, 2001, p.26)
A juventude pós-moderna tem sofrido com essa liberdade excessiva da sociedade de hoje. Vivemos num mundo com posições ambivalentes, com uma liberdade que tem gerado um mal - estar, preço pago pela troca de valores, rotinas e tradições colocando em seu lugar a falta de ordem, um conhecimento relativo, efêmero, cheio de causalidade, de falta de referência. Isso tem feito com que o jovem se sinta perdido por não ter uma bussola que lhe oriente.
Presencia-se no século XXI uma juventude em agonia, sem ideais e sem maturidade para resolver seus problemas. Buscando nas drogas, na violência, na prostituição, na maternidade precoce uma solução para os conflitos com a família, consigo mesmo e com a sociedade.
Adolescentes grávidas são uma constante no mundo pós-moderno, especialmente nas camadas mais populares. Estima-se, segundo o ministério da saúde, que 17 % das crianças que nascem são filhos de mães adolescentes, e isso tem preocupado a sociedade como o todo: a igreja católica discutiu esse assunto na campanha da fraternidade deste ano; o ministério da saúde tem lançado campanhas e buscado apoio da sociedade civil, das escolas, das famílias com o intuito de diminuir esse tipo de incidências.
Outrora, nas sociedades anteriores à sociedade moderna, mãe adolescente era algo normal e não causava estranheza. Porém na sociedade de hoje marcada pela emancipação profissional da mulher, com o acesso de todos à educação, fica-se consternado por tantas meninas pobres jogarem fora a possibilidade de ascenderem social e economicamente pelo simples fato de se tornarem mães precocemente.
Os impactos da gravidez precoce para as adolescentes são vários, dentre eles, a interrupção abrupta da adolescência, aonde muitas se vêm obrigadas a trabalharem para darem sustento para o filho; vê-se também que falta em muitos a maturidade para serem pais e mães nessa idade, ainda de passagem da vida infantil para a vida adulta, isso acarreta em muitos despreparo para cuidarem e educarem um filho, gerando muitas vezes para a sociedade crianças e adolescentes delinquentes.
Diante de tudo isso, é necessário ampliar os olhares da sociedade como um todo para essa temática da juventude, ajudando os jovens a resolverem seus conflitos com reflexão e maturidade, a viverem a liberdade conquistada por seus pais de modo sábio e responsável e a não serem reféns dessa sociedade de ambiguidade, porém tomarem posições e construírem bem sua própria história, pois Bauman diz:
A verdade que torna os homens livres é, na maioria dos casos, a verdade que os homens preferem não ouvir.” (Bauman, 2001, p.26)
Portanto, a juventude deve ser formada para se autoquestionar e posicionar, não vivendo a intempérie de sua pseudoliberdade, que é uma ilusão criada para justificar a falta de ousadia para extrapolar os paradigmas da sociedade pós- moderna. E a sexualidade do jovem deve ser trabalhada não como algo banal, mas como algo sério, preparando esse jovem para serem pais e mães responsáveis.                                                                                                                
                                                                                                                  Antônia Carla Frazão Ribeiro.

Uma análise sobre Consumo e Sociedade de Consumidores, baseada no livro “Vida para Consumo”, de Zygmunt Bauman.



Angra de Oliveira da Conceição


Este artigo tem fundamentos nos dois primeiros capítulos do livro “Vida para Consumo” de Zygmunt Bauman e sua análise de como a sociedade de consumidores se deu e ocorreu nos últimos tempos onde os leitores possam aprimorar seus conhecimentos do assunto.  O livro foi analisado desde o princípio, e Bauman já começa fazendo uma crítica de como as pessoas se tornam em mercadorias com o objetivo de serem aceitas no âmbito social através de suas relações pessoais e garantirem assim um espaço numa sociedade onde tudo se torna passageiro.
Primeiro verificamos o conceito de consumo e consumismo respectivamente, segundo Bauman:

“ [...]O consumo é uma condição e um aspecto permanente e irremovível, sem limites temporais ou históricos; um elemento inseparável da sobrevivência biológica que nós humanos compartilhamos com todos os organismos vivos [...](2008, p. 37)

“Consumismo é um tipo de arranjo social resultante da reciclagem de vontades, desejos, e anseios humanos rotineiros, permanentes e, por assim dizer : ‘ neutros quanto ao regime’, transformando- os na principal força propulsora e operativa da sociedade [...]. ( 2008, p.41)

É importante nos importar a esses dois termos e classificar de acordo com seus significados, evitando assim equívocos em relação ao uso errado da palavra. Termos esses que nos trazem bastante reflexão e entendendo assim o estudo de Bauman. De forma mais clara e objetiva podemos dizer que o consumismo é o desejo exorbitante pela compra, onde se dar valor ao inútil, ao contrário disso está o consumo que nada é o que é peculiar à sobrevivência biológica do homem.
No início do livro o autor nos revela que a sociedade de consumidores está longe da de consumo, digamos assim, onde o individuo inserido na primeira sociedade citada anteriormente transforma-se em mercadoria, rotulado e exposto em prateleiras, portanto, ao mesmo tempo em que ele promove as mercadorias, ele é enaltecido por elas, em outras palavras um círculo vicioso, onde consumidor e mercadoria vivem uma relação dependiosa. O que mais nos preocupa em relação a este tipo de sociedade é que as relações humanas tornam-se “vazias” e distantes, onde o supérfluo ganha “asas”, e as relações “corporais” estrategicamente se tornam raras, dando vida a uma sociedade isolada e poderosamente individual, desenhando padrões e estilos de vida .
No que se refere ao consumismo Bauman era bastante enfático no que diz respeito ao extravagante, desperdiçado e substituído, sendo que o foco era no último.  No mesmo pensamento ele relata que o medo de abandonar os bens materiais por um sentimento de apego, desenharia um quadro de um não consumista, de insucesso.  Para a sociedade de consumidores a associação de felicidade com satisfação faz uma ligação com o sistema capitalista e as necessidades criadas por ele, em volume e intensidades crescentes.
Nessa perspectiva as pessoas organizam sua vida de acordo com seus significados que querem alcançar, num movimento de compra-descarte-subsituição como já foi dito anteriormente, descartando tudo assim que for substituído por outro “deseja” satisfatório, isso claramente estar contido  na fala de Bauman:

“já que o consumismo, em aguda posição às formas de vida precedentes, associa a felicidade não tanto a satisfação de necessidades, ( como suas ‘versões oficiais’ tendem a deixar implícito), mas a um volume e uma intensidade de desejos sempre crescentes, o que por sua vez implica o uso imediato e a rápida substituição dos objetos destinados a satisfazê-la “ (2008, p.44)

No final do segundo capítulo o autor mais uma vez, faz uma semelhança entre a sociedade de trabalhadores e a de consumidores, onde na primeira, os trabalhadores eram fáceis de lidar devido a alienação, e na atualidade, assim são os consumidores que não percebem os “mimos” que o mercado lhe faz para estimular o consumo exacerbado, em  palavras mais objetiva seria dizer que o mercado “torce “ pela a não- satisfação dos consumidores, onde o encantamento por novas compras significa novo começo de um círculo vicioso.

“Numa sociedade de consumidores, de maneira correspondente, a busca da felicidade- o propósito mais invocado e usado como isca nas campanhas de markentig destinadas a reforçar a disposição dos consumidores para se separem do dinheiro [...]” (BAUMAN, Zygmunt).

Na sociedade de consumidores, o autor aborda a cultura consumista, onde os consumidores se comportam sem reflexão, de forma que nessa sociedade seus componentes são apenas consumidores sem formação cultural. Na maior parte do tempo o homem fora treinada como força- de – trabalho, transformando-se em consumidores “fanáticos”, frequentando shoppings centers e ruas comerciais nessa nova sociedade de consumidores, onde elas escolhem quem querem ser, mas se e somente se tiverem condições financeiras para isso.
O legado que Bauman nos deixa a respeito de sua análise e crítica é a forma de sociedade atual, onde pessoas prezam o desperdício e o dinheiro, aliás em uma sociedade onde o dinheiro é desperdiçado em razão de desejos fúteis e incontroláveis.Embora isso assuste, não podemos ver isso como um “bicho de sete cabeças” , pois o cotidiano em si remete a esse tipo de sociedade, é como se fosse um coisa “automática”, “incontrolável”. Uma sociedade onde valores e princípios não esta na cultura, e sim nos desejos atendidos e em bens possuídos, que frequentemente nem sempre atende realmente a necessidade do indivíduo.
  



REFERÊNCIA

BAUMAN, Zygmunt, Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008,  p.37-108

O Novo Paradigma Educacional na Sociedade Pós – Moderna



No limiar do século XXI, a inserção social passou a ser desvinculada do trabalho. As pessoas deixaram de acreditar na felicidade oriundo do trabalho, como pensava a sociedade do séc. XIX, a chamada sociedade do trabalho. De fato fracassou a sua substância, diminuindo a sua esperança em felicidade, prosperidade. Daí deslocando o sentido a vida para outro pensamento, ao irracionalismo,hedonismo,subjetivismo e ao consumismo, do corpo, por exemplo, tratou-se de deslocar a subjetividade da consciência para o corpo.
E a educação como vem sendo configurada? Com o discurso de “treinamento, adestramento” nas novas condições estabelecidas.  Quais as coisas que esse corpo consome? O que ele faz?
A Política Educacional está centrada na reprodução, na imposição da mídia, do governo e do sistema capitalista. O perfil do sujeito não  é aquele da colaboração, do profissional, da inserção social e sim aquele que se adequa melhor ao sistema estabelecido, pelo mercado ou pela autoridade. Nesse sentido, o sujeito é aquele que possui habilidade e competência, não para o mercado formal de trabalho, não para ingressarem socialmente, visando a realização pessoal e sim poder entrar nesse mercado, viver de uma maneira menos sofrida, apenas sobreviver no mundo globalizado e cego, daí dando outras alternativas de existência, como o empreendedorismo, por exemplo.
Finalizando a quebra desse novo paradigma educacional está no contexto em que os processos de mudança ocorrem de forma dinâmica, propondo tomada de decisões conscientes no processo de ensino- aprendizagem, um desafio a nova proposta educacional.
Para a sociedade Pós – Moderna quebrar como esse novo  paradigma é contribuir com a transformação de uma sociedade mais justa e melhor, portanto a educação não pode se eximir do seu papel, numa múltipla relação e de todos os sujeitos sociais. Trabalhar como a idéia de um sistema aberto, numa função educativa e não instrucionista, visando aliar teoria e prática numa aprendizagem significativa, são elementos relevantes para o processo de ruptura. E a postura do novo sujeito , é aquele agente do próprio conhecimento, no protagonismo que torna possível um significado desenvolvimento do processo de aprendizagem.

                                                                                                                  Josenilde Meireles Pinto

domingo, 28 de outubro de 2012


A IDENTIDADE DO HOMEM PÓS-MODERNO

A pós-modernidade surgiu com o intuito de questionar as concepções modernas sobre a racionalidade, liberdade e universalidade dos indivíduos trazendo novos conceitos e visões de mundo.  Novos parâmetros foram utilizados para descrever essas mudanças. O total descrédito às metanarrativas, e a qualquer discurso que viesse propor acordos universais que visam modificar a humanidade.
Sendo o sistema econômico vigente, o capitalismo. Este possui uma capacidade de renovação diante dos novos ditames da era pós-moderna.
O homem pós-moderno possui algumas características que convêm ressaltar para uma melhor reflexão, são elas: O homem consumista, pois o homem passa a ter no mercado de consumo a satisfação de suas necessidades pessoais mais íntimas, onde se vive para consumir e essa é a única imagem apreciada. Esse sujeito assume sua identidade a partir da posse de tais objetos. Bauman em seu livro Vida para consumo aborda indícios da passagem da sociedade de produtores para a sociedade de consumidores.
Cabe destacar também que nesse processo os meios de comunicação de massas são instrumentos de manipulação e fascinação para atrair tais consumidores. As propagadas e o marketing criam cenário de uma falsa necessidade de novos objetos. Nessa sociedade contemporânea quem nunca foi atraído e seduzido por um objeto veiculado pelo meio de comunicação de massa? Ou passou algumas horas num reduto de lojas- O shopping?
O indivíduo pós-moderno destaca no seu cotidiano o “curto prazo”, o imediatismo rapidez num mundo pós-moderno.
 A efemeridade das relações, em Amor Líquido Bauman destaca a fragilidade dos vínculos humanos. Numa era de individualização infinita, os relacionamentos são bênçãos ambíguas, e são expressos através do máximo prazer instantâneo, (hedonismo o prazer acima de tudo, a qualquer preço, a busca de uma série de sensações novas). As relações pessoais estão sendo trocadas por relações virtuais, que aceitam entrar e sair delas sem complicações.
Outra constatação vista nesse sujeito moderno é a figura do homem místico que possui uma visão de mundo e regridem a concepções animistas, fetichista, ancestrais. Que atribuem a objetos, seres imaginários ou naturais poderes extraordinários sobre o destino dos homens.
Na vida desse individuo moderno se manifesta o que Bauman, relata em a Modernidade Líquida(2001) .Refere-se a fase de instabilidade mutável utilizando a Metáfora dos Líquidos para exemplificar o que acontece com o homem pós-moderno, pois este adéqua-se conforme as circunstâncias e episódios ocorridos em sociedade.
Enfim esse homem pós-moderno foi construído a parti dos questionamentos e de uma nova visão de mundo. Liberto de todo controle, aberto para novas experiências.  Um homem que se nega a sujeitar-se a uma ideologia, porém submete-se ao capitalismo e seu processo de alienação do capital.

Polyanna Maria Veras Trindade

REFERÊNCIAS
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. 1ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2001
BAUMAN, Zygmunt. In. COSTA, Marisa Vorraber. Compreender a vida na modernidade líquida. Revista Pedagogia Contemporânea. p. 60-74, Set. 2009.
Texto elaborado pela Profª.: Miriam Santos de Sousa. Educação e Pós-Modernidade. Professora Mestre do Departamento de Educação da Universidade Federal do Maranhão. Para uso em sala de aula. Excertos do Memorial apresentado ao Departamento de Educação II da Universidade Federal do Maranhão.

As Relações Familiares na Sociedade Pós-Moderna

   Muito tem se falado sobre a família e nas mudanças que ocorreram com o passar dos anos nessa instituição social, entre essas mudanças, podemos notar a inversão dos papéis feminino e masculino na sociedade, a inserção das novas tecnologias, um novo modo de vida cada vez mais voltado para o consumo e para o individualismo, tudo isso contribuindo para a nova formação estrutural.

   A tendência é pensar na extinção da família, porém em seu artigo Novos tempos, novas famílias? Da modernidade à pós-modernidade a psicóloga Helena Centeno Hintz nos diz:

“A instituição familiar tem passado por várias modificações decorrentes de mudanças havidas no seu contexto sócio-cultural e por ser uma instituição flexível, ela tem se adaptado às mais diversas formas de influências, tanto sociais e culturais como psicológicas e biológicas, em diferentes épocas e lugares. Ao considerarmos a evolução família no tempo, devemos considerar aspectos. tais como: demografia, vida privada, papéis familiares, relações estado-família, lugar, parentesco, transmissão de bens, ciclo vital da família e rituais de passagem. Seja de que forma for ampliada ou nuclear, elementar ou complexa, a família foi e seguirá sendo família. sempre que forem preservadas suas funções: vínculo matrimonial com o objetivo da satisfação sexual e a educação dos filhos. Assim continua sendo o lugar de proteção, de socialização e de estabelecimento de vínculos.”

   Com todas essas mudanças percebemos que as relações familiares não são as mesmas, uma vez que na pós-modernidade assim como em outras eras, faz-se necessário a criação de um novo perfil de homem, que passa a ser cheio de incertezas, de dúvidas, onde nada o satisfaz por completo , não há referências de comportamento, possui total liberdade,  portanto não há necessidade de manter relações a longo prazo. Nessa nova sociedade, até mesmo a relação pai e filho sofreu bruscas alterações, no livro A Arte de Reduzir as Cabeças Dany-Robert Dufour fala sobre a negação geracional onde os adultos negam sua responsabilidade sobre os filhos.

   Não podemos pensar no fim da família, mas analisar as mudanças que ocorreram em sua estrutura em função de uma nova sociedade, quem sabe assim, saberemos o rumo que nossa humanidade seguirá.
          
Renata de Fátima Moraes de Souza

A família pós-moderna: uma visão acerca de sua transformação estrutural

A estrutura familiar anteriormente conhecida vem, com passar do tempo, sofrendo importantes mudanças, desde a configuração tradicionalmente conhecida (pai, mãe e filhos), até algumas mais recentes. Isso se dá por alguns motivos, dentre eles, a maior autonomia da mulher em relação ao seu parceiro, a influencia econômica, política e social. Para compreendermos a “instituição familiar”, devemos compreender os indivíduos que a compõe. O indivíduo por ser biopsicossocial, ao estabelecer relações de vínculo com outros indivíduos dentro de um ambiente culturalmente particular, terá características desse contexto.
Verifica-se que toda mudança ocorrida na estrutura familiar dar-se-a por ela ser anteriormente hierárquica, sendo que, “Os valores familiares estavam fundamentados no desempenho profissional do homem, na parte econômica e nas qualidades morais.”(HINTZ, 2001, p.10). Posteriormente passando a ter uma estrutura de igualdade “... a família de características hierarquizadas foi se estruturando como uma família onde os conceitos de igualdade passaram a predominar, contribuindo para isso o surgimento de uma nova perspectiva sobre as questões de gênero” (HINTZ, 2001, p. 10). Após a industrialização a família passou a ser constituída por escolha dos cônjuges em um caráter afetivo, buscando-se uma “realização pessoal na união conjugal”.
Com a emancipação da mulher, em relação ao poder hierárquico do homem dentro da família, fez com que as relações entre os membros do casal se tornassem mais igualitárias. Havendo mudanças significativas na distribuição dos papeis masculinos e femininos, propiciando uma reformulação nos comportamentos atribuídos a ambos os gêneros.
Uma mudança significativa na configuração da família, provocada por um contexto social, econômico e cultural, é sua redução no que se refere ao número de pessoas constituintes da mesma, passando de uma configuração mais ampla, para uma mais simples e nuclear.
“... A família, com uma estrutura menor, recebe interferências externas, positivas ou negativas, com as quais está constantemente interagindo” (HINTZ, 2001, p. 12). Um bom exemplo de interferência externa são os aparatos tecnológicos (telefones celulares, computadores, etc.), que tanto contribui para a interação entre os indivíduos, como também pode, de certo modo, atrapalhar essas relações, podendo causar dificuldades no relacionamento entre pais e filhos.
A família no meio de tantas modificações perde suas referências, não podendo identificar suas próprias transformações. O sistema familiar, através da influência cultural e da transmissão de conhecimentos por meio de gerações passadas, tem grande responsabilidade no desenvolvimento dos indivíduos originários desse sistema singular. No entanto, cabe ao individuo “[...] elaborar em si mesmo os novos comportamentos, idéias, sentimentos, valores, etc. integrando-os adequadamente aos recebidos transgeracionalmente” (HINTZ, 2001, p. 18).
Mesmo com tantas modificações ocorridas na estrutura familiar, ela continua tendo importante papel nas relações pessoais dentro da sociedade, pois a família é o primeiro ambiente de socialização do individuo. A família “Seja de que forma for, ampliada ou nuclear. elementar ou complexa, a família foi e seguirá sendo família. sempre que forem preservadas suas funções: vínculo matrimonial com o objetivo da satisfação sexual e a educação dos filhos. Assim continua sendo o lugar de proteção, de socialização e de estabelecimento de vínculos” (HINTZ, 2001, p. 9).

Jonathan Henrique Pimenta Silva