A FAMÍLIA PÓS-MODERNA: PAIS OMISSOS = A ADOLESCENTES REBELDES
Sabe-se que a adolescência é uma fase muito
complicada por natureza, e na era pós-moderna
onde a internet invade os lares,
ditando as regras da família,
complica ainda mais a situação, principalmente nos lares onde não há um
controle, por parte dos pais. O adolescente ouve que não é mais criança e que também
ainda não pode ser adulto, que é como ele gostaria de ser tratado. Quer ser
independentes, dar inicio à vida sexual, poder sair para a balada dirigindo o
próprio carro ou o da família. Tudo isso seria normal se todos eles agissem com
responsabilidade. Mas, não é o que acontece. É com bastante frequência que
vemos através dos meios de comunicação, estatísticas referentes à delinquência
juvenil, ao crime, às drogas e o alto índice de adolescentes grávidas. Tudo
isso são sintomas dessa sociedade pós-modernismo.
Costumamos ouvir de
pessoas mais velhas que os jovens de hoje não são mais como era há trinta anos.
O que será que mudou? De quem será a culpa, se os adolescentes de hoje estão
assim...?
Essa é uma questão
difícil de responder, por que há vários fatores que contribuíram e ainda contribuem
para isso. Primeiramente, os pais que não conseguem lidar com seus problemas do
dia a dia, também não conseguirão enfrentar os problemas que surgem na vida do
adolescente. Por outro lado, é muito difícil para os pais perceber que aquela
criança que eles tinham dentro de casa cresceu e quer fazer suas próprias
descobertas e ter suas experiências. Não adianta ficar só ouvindo os pais
dizerem isso é certo; isto é errado. Os pais se sentem carentes e inseguros,
pois os que tentam o diálogo com o filho ou a filha acabam frustrados porque o
adolescente não quer mais ficar em casa com a família e nem sair com a mesma;
quando fica, sua mente divaga e não presta atenção, isso quando não tem em mãos
um celular ou um tablet. Os pais se sentem fracassados pelo fato de ter alguns
problemas de comunicação com seu adolescente.
Durante a adolescência, o jovem começa a
rejeitar alguns valores de seus pais, suas ideias e seus controles e passa a
estabelecer seus próprios limites. Em certo sentido, esse é um processo
positivo, é o estabelecimento de sua própria individualidade, seus princípios
éticos, seus valores, suas ideias e suas crenças. Para alguns jovens, esse
processo ocorre nos primeiros anos da adolescência; em compensação, para
outros, chega mais tarde. Para alguns, é
uma transição difícil; mas, para outros, é bastante
fácil. Os pais com filhos que manifestam um pequeno grau de rebeldia se
surpreendem quando escutam histórias de outros pais que fracassaram no
relacionamento com seus filhos experimentando muita angústia, dissabores e
desafios diretos.
O processo de estabelecer a
própria identidade é um passo necessário para todo adolescente. Se não faz isso
durante a adolescência, que é um momento oportuno, o mais provável é que acabe
acontecendo na vida adulta. Muitas situações críticas da vida adulta podem, na
realidade, ser considerados períodos de rebeldia em estado latente. É muito
mais saudável quando essa experiência acontece naturalmente.
(PAIS E ADOLESCENTES: o relacionamento
vale a pena. Construir Notícias, edição
48, outubro de 2009).
Com
frequência, os adolescentes exigem privilégios, achando que estes são seus
direitos. Alguns ficam confusos sobre o que é direito e o que privilegio. E os
direitos dos pais? Seja qual for tem que ser exercido com sabedoria. Muitos
adolescentes demonstram a rebeldia através do álcool, das drogas e do sexo. Se
o período de rebeldia do adolescente irá se manter nos limites do “normal” ou
será uma coisa anormal, depende, em grande medida, da intensidade e direção da
relação dos pais.
A
rebeldia anormal prejudica a família quando há constantes discussões, por exemplo,
sobre o uso inadequado da internet, o carro, os namoros, as amizades, as
regras, as limitações e o dinheiro. A rebeldia anormal pode ser medida através
do seu grau de intensidade e da frequência com que ocorre. Hoje em dia, mais da
metade dos roubos em lojas são feitos por adolescentes, e a maioria pertence à
classe média. Não roubam porque tem necessidade, mas pela emoção que essa
experiência proporciona. Às vezes, esses adolescentes procuram desesperadamente
dizer a seus pais: “Talvez assim me deem atenção”.
A
rebeldia é anormal quando o adolescente se nega a obedecer, per qualquer razão;
ás regras do lar, ignora o horário de voltar para casa, faz uso de bebidas alcoólicas
e drogas, pratica sexo, vive transgredindo as leis e se veste com roupas esquisitas.
Quanto mais jovem é o adolescente, mais difícil será para a família controlar a
situação, especialmente se as crianças menores percebem o que está acontecendo
e procuram imitar esse comportamento.
Eliene da Silva Gonçalves
na atualidade a instituição família está transformada,até isso segundo Bauman é líquido.
ResponderExcluirPara Bauman, os valores que a nossa cultura estabelece cada vez mais se diluem como a água que se escorre das nossas mãos, sem que possamos detê-la. A vida líquida narrada por ele é uma vida difícil, vivida em condições de incerteza constante.
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