segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Gravidez na adolescência, um dos problemas da pós-modernidade.
“A liberdade é uma benção ou uma maldição? Uma maldição disfarçada de benção, ou uma benção temida de maldição?” (Bauman, 2001, p.26)
A juventude pós-moderna tem sofrido com essa liberdade excessiva da sociedade de hoje. Vivemos num mundo com posições ambivalentes, com uma liberdade que tem gerado um mal - estar, preço pago pela troca de valores, rotinas e tradições colocando em seu lugar a falta de ordem, um conhecimento relativo, efêmero, cheio de causalidade, de falta de referência. Isso tem feito com que o jovem se sinta perdido por não ter uma bussola que lhe oriente.
Presencia-se no século XXI uma juventude em agonia, sem ideais e sem maturidade para resolver seus problemas. Buscando nas drogas, na violência, na prostituição, na maternidade precoce uma solução para os conflitos com a família, consigo mesmo e com a sociedade.
Adolescentes grávidas são uma constante no mundo pós-moderno, especialmente nas camadas mais populares. Estima-se, segundo o ministério da saúde, que 17 % das crianças que nascem são filhos de mães adolescentes, e isso tem preocupado a sociedade como o todo: a igreja católica discutiu esse assunto na campanha da fraternidade deste ano; o ministério da saúde tem lançado campanhas e buscado apoio da sociedade civil, das escolas, das famílias com o intuito de diminuir esse tipo de incidências.
Outrora, nas sociedades anteriores à sociedade moderna, mãe adolescente era algo normal e não causava estranheza. Porém na sociedade de hoje marcada pela emancipação profissional da mulher, com o acesso de todos à educação, fica-se consternado por tantas meninas pobres jogarem fora a possibilidade de ascenderem social e economicamente pelo simples fato de se tornarem mães precocemente.
Os impactos da gravidez precoce para as adolescentes são vários, dentre eles, a interrupção abrupta da adolescência, aonde muitas se vêm obrigadas a trabalharem para darem sustento para o filho; vê-se também que falta em muitos a maturidade para serem pais e mães nessa idade, ainda de passagem da vida infantil para a vida adulta, isso acarreta em muitos despreparo para cuidarem e educarem um filho, gerando muitas vezes para a sociedade crianças e adolescentes delinquentes.
Diante de tudo isso, é necessário ampliar os olhares da sociedade como um todo para essa temática da juventude, ajudando os jovens a resolverem seus conflitos com reflexão e maturidade, a viverem a liberdade conquistada por seus pais de modo sábio e responsável e a não serem reféns dessa sociedade de ambiguidade, porém tomarem posições e construírem bem sua própria história, pois Bauman diz:
A verdade que torna os homens livres é, na maioria dos casos, a verdade que os homens preferem não ouvir.” (Bauman, 2001, p.26)
Portanto, a juventude deve ser formada para se autoquestionar e posicionar, não vivendo a intempérie de sua pseudoliberdade, que é uma ilusão criada para justificar a falta de ousadia para extrapolar os paradigmas da sociedade pós- moderna. E a sexualidade do jovem deve ser trabalhada não como algo banal, mas como algo sério, preparando esse jovem para serem pais e mães responsáveis.                                                                                                                
                                                                                                                  Antônia Carla Frazão Ribeiro.

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