Consumo
X Consumismo
O consumismo tem origens emocionais, sociais,
financeiras e psicológicas que juntas levam as pessoas a gastarem o que podem e
o que não podem com a necessidade de suprir a indiferença social, a falta de
recursos financeiros, a baixa autoestima, a perturbação emocional e outros.
Gabriela
Cabral. Equipe Brasil Escola.com
É
importante compreender as origens do consumo bem como sociedade de consumo. As
origens remetem aos primórdios da terra desde o momento em que o homem passou a
produzir para sua sobrevivência. Considera-se consumo o ato ou efeito de
consumir tudo aquilo que é necessário à sobrevivência do individuo. Já sociedade
de consumo remonta à Inglaterra do século XVIII, quando ocorreu a chamada
revolução do consumo, que emergiu a partir de alguns elementos tais como o
surgimento de uma classe média trabalhadora, responsável pela compra de artigos
da vida diária, que estabeleceu as bases para a Revolução Industrial; o
surgimento da procura por bens ‘supérfluos’, tais como brinquedos, cadarços,
botões e espelhos, entre outros; e a própria mudança cultural, onde o homem não
compraria mais somente o que era necessário a sobrevivência, mas também objetos
para lazer.Bauman conceitua a sociedade de consumo como um tipo de sociedade
que promove, encoraja ou reforça a escolha de um estilo de vida e uma
estratégia existencial de consumista e rejeita todas as opções culturais alternativas.
Ele também relata que somos bombardeados de todos os lados por mensagens
sugestivas de que precisamos nos equipar de um produto ou outro fornecido pelas
lojas se quisermos ter ou manter nossa posição social, desempenhar funções
sociais ou manter a autoestima bem como ser notado por ter esse tipo de
atitude. E que se os consumidores não atenderem a esses apelos prontamente estarão
inadequados, deficientes e abaixo e a margem do padrão da sociedade.
Em
visita a obra social de Carlinhos Brown, no Candeal, em Salvador ,Frei Betto
menciona em um artigo para a revista Construir um trecho de sua conversa com o
compositor onde Carlinhos se reporta a sua infância pobre onde ele mesmo afirma
que não conheceu a fome ,“havia sempre um pouco de farinha, feijão, frutas e
hortaliças. Quem trouxe a fome foi a geladeira”, disse ele .” O eletrodoméstico
impôs à família a necessidade do supérfluo: refrigerantes, sorvetes,
etc.’’.Frei Betto menciona também em seu artigo o povo maori, da Nova Zelândia,
que coisas não somente pessoas tem alma. Nas comunidades mais tradicionais da
África, também se pode e encontrar essa interação matéria-espírito.e se nós na
nossa cultura observarmos esse tipo de atitude provavelmente zombaríamos desse
modo de ser agir e pensar. Mas se pararmos pra analisar também nós cultuamos
objetos como se também tivessem alma. Assim como um objeto se associa a seu
dono nas comunidades tribais, na sociedade de consumo o mesmo ocorre. Quando
compramos determinado objeto não dizemos que o compramos pelo nome do objeto
mas nos referimos a esta pela marca, por
exemplo, não se diz “comprei uma geladeira” mas sim “ comprei uma Brastemp”.
Segundo
Marx nos Manuscritos Econômico-filosóficos (1844), ele diz que “O valor que
cada um possui aos olhos do outro é o valor de seus respectivos bens. Portanto,
em si, o homem não tem valor para nós”. O capitalismo leva ao ser humano a se
desumanizar e nos torna não somente consumidores, mas também consumidos e
transformados em mercadoria pela dita sociedade do consumo onde se você não
possui um celular de ultima geração ou ao menos as roupas da ultima moda você
estará à margem da sociedade e será condenado a exclusão, já que as mercadorias
que eu possuo é que dizem quem eu sou e esses bens que possuo é que revelam o
meu valor social. Nos deixamos dominar pelos bens de consumo a medida que a
mídia impõe (de forma por vezes sutil e por vezes descarada) que se possuímos
tal bem somos mais importantes, e a partir daí então passamos de consumidores a
consumidos pela mídia do consumo que nos “obriga ” a compramos o que não
precisamos porque dessa forma seremos revestido de um “poder”, e que mesmo não
sendo rico, posso ter o que o rico tem(mesmo que com prestações a perder de
vista). E que não fazer parte dessa sociedade nos torna frustrados e deprimidos
e na maioria das vezes endividado. É necessário
que haja uma conscientização de todos para o chamado consumo consciente e pois já
sabemos que quanto mais consumimos mais lixo produziremos e isso leva a varias consequências
graves a todos e principalmente o planeta sofre, e as gerações futuras sofrerão
mais ainda as consequências dos nossos atos irrefletidos do presente.Recordo me
na minha infância onde só se comprava o que realmente se necessitava para o
consumo do momento. Na minha época existiam os comércios de bairro, as chamadas
quitandas onde se comprava manteiga na colher(kkkk). Frei Betto cita algo que
nos faz refletir, que ao passar diante
das lojas e observar tais objetos de consumo, vendedores se aproximaram indagando
se necessita de algo. Então ele respondeu:“Não, obrigado. Estou apenas fazendo
um passeio socrático”, e ao observar a ignorância do vendedor ao que dissera então
explicou: “Sócrates era um filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo.
Também gostava de passear pelas ruas comerciais de Atenas. E, assediado por
vendedores como vocês, respondia: ‘Estou apenas observando quanta coisa existe
de que não preciso para ser feliz’”. Então que possamos observar se o que
realmente estamos compramos é extremamente necessário para que possamos ser
felizes.
Keyla Haquel Costa Enes
fonte:
BAUMAN, Zygmunt . Vida para
o consumo: a transformação das pessoas em mercadorias; tradução de Carlos
Alberto Medeiros- Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2008.
http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=1825
15/10/12 12:01
Espero que gostem das alterações feitas no layout do blog.
ResponderExcluirKeyla Enes
Esta sociedade consumista que aí está Keyla, é realmente o produto do sistema capitalista que impulsiona os indivíduos a consumir e se utiliza dos meios de comunicação para isto. Portanto estamos todos envolvidos nesta corrente chamada de "rede" que muitas das vezes nos sufoca, torna-se quase inevitável ficar de fora, porém o importante em tudo isso é termos a nossa consciência liberta da alienação desse sistema para que possamos refletir sobre tudo que é colocado diante de nós.
ResponderExcluirE mais Rosangela, enquanto este sistema perdurar, este modelo de sociedade vai continuar existindo, assim como nem todos são funcionários, nem todos podem ser proprietários, isso é fato. Sempre vai existir aquele que governa e aquele que é governado. E infelizmente a forma mais próxima que as pessoas acham de se tornarem bem sucedidas é possuindo aquilo que os "bem sucedidos" tem. Isso os torna "iguais" nem que seja por um simples produto. A mudança deve começar na estrutura desse problema. Quando as pessoas reconhecerem que há bens muito mais importantes que os materiais e que muito mais vale ser reconhecido pelo conhecimento que possui do que pelo carro que comprou, aí sim teremos uma sociedade que valorizará muito mais a Educação do que a ascensão econômica.
ResponderExcluirGisleny Martins
infelizmente vivemos em um mundo tão consumista que tudo acaba se voltando apenas para isso e o pior de tudo é que se você não acompanha você é automaticamente excluído, uma prova disso é o facebook que além de ser uma rede social tornou-se uma forma das pessoas arranjarem emprego, ou mesmo trabalhar através dele, contactar com pessoas dentro e fora do Brasil e tantas outraa oportunidades que ele oferece, mas cabe a você decidir se vai ou não ter um perfil, mas lembrando que se a resposta for negativa você será excluída automaticamente de conversas, de grupos, enfim, é triste viver num mundo tão grande mais ainda tão desigual.
ResponderExcluiré muito triste saber que vivemos em uma sociedade que manipula as pessoas através do consumismo e mais triste ainda é saber que se você não andar de acordo com o que rege o consumismo você é automaticamente excluída da sociedade, já que seus amigos muitas vezes acompanham tal processo de acordo com a vontade imposta pelo consumismo.
ResponderExcluirGente esse último comentário é meu Ariane Cutrim...ainda não sei como entrar com o meu nome.
ResponderExcluirkkkkkkk
ResponderExcluirA pós-modernidade nos trouxe vários meios de informações, dos quais fazemos muito uso delas, de certa forma há uma alienação, cabe ao indivíduo ser mediador de si próprio e recorrer às tecnologias de maneira que faça uso dela, não deixando ela o dominar. O mesmo serve ao consumismo. :)
ResponderExcluirO consumismo é exatamente a compra excessiva, e principalmente a compra de produtos supérfluos que ligeiramente serão substituídos por outro mero prazer/desejo do consumidor. A mídia e todo seu marketing são os nossos "inimigos" que trabalham dia e noite para nos atrair pra esse tipo de prática. Devemos então nos policiar e realmente dar importância ao que é necessário à nossa sobrevivencia. Angra de Oliveira da Conceição
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