Que são os culpados pela alienação ?

      

        
            O que se pode notar, é que culpam a mídia pela alienação dos indivíduos; mas devemos atentar para o fato de que, a mídia não se criou sozinha, ela foi criada por alguém. Isso é o pior de tudo, pois percebemos que a mídia não tem ideias próprias, mas sim existem pessoas que usam suas ideias para manipular outros, através da mídia. E pior ainda, é saber que são pessoas iguais a nós, mas que possuem mais poder e mais conhecimento, que se utilizam de artimanhas para atingir nossos pontos fracos.

         Mas também deve-se levar em conta, que a culpa é um tanto nossa, por não sabermos, ou melhor, não querermos discernir o que é válido absorvermos e o que não é. Muitas das vezes, absorvemos o que não é válido e acabamos por reproduzir, e por consequência, alienar outras pessoas.

“Agimos como peões do capitalismo, assumindo riscos de atitudes alheias, sem nem pedirem nossa autorização.” (CARNEIRO, Giovanna.)

A filosofia sendo capaz de nos prevenir acerca da alienação

         Podemos nos basear no exemplo de Platão para nos prevenir em relação à mídia. Ele dizia que não devemos nos apegar ao mundo dos sentidos, o mundo sensível, pois este nos engana. Dizia que aquilo que vemos, sentimos é muito traiçoeiro. Dizia que devemos nos atentar mais ao mundo das ideias, pois este sim é significativo.

“As ideias eternas e imutáveis faziam parte do Mundo das Ideias, e determinam os conceitos que temos sobre o mundo físico. O Mundo dos Sentidos se refere ao que habitamos, composto por uma série de valores imperfeitos, como sombras de uma realidade perfeita. As coisas desse mundo imperfeito não são eternas ou imutáveis, são feitas de matéria, objetos materiais que funcionam como “cópias” das ideias perfeitas e imutáveis do Mundo das Ideias.” ( ELIZABETH, Ana, Sexto Sentido. 2010)

         Agora nos baseando em Sócrates, podemos perceber que nos deixamos enganar por nossa própria indisposição de buscar o que é verídico. Sócrates pregava a busca pela verdade, e é isso que está nos faltando, a disposição verificar aquilo que nos é passado, o reconhecimento da nossa ignorância, a busca pelo o que é verdadeiro.

          E por ultimo analisamos as ideias de Aristóteles, que dizia que todos nós vivemos para buscar a nossa felicidade, que essa é a nossa finalidade, ser feliz. Mas na minha opinião, uma felicidade permeada por manipulação, alienação e conformismo não é válida, pois deve-se buscar fatos reais e verdadeiros para termos uma felicidade real, e não se ter apenas uma felicidade alienada.

“Toda ação humana é realizada em vista de um fim. Se, pois, as ações tendem a um fim e este, por sua vez, deve ser um bem soberano, então, o fim último das ações é o bem. Para Aristóteles, o bem soberano é a felicidade, para onde todas as coisas tendem. Ela é caracterizada como um bem supremo por ser um bem em si. Portanto, é em busca da felicidade que se justifica a boa ação humana. Todos os outros bens são meios para atingir o bem maior que é a felicidade.” (NODARI, 1997, p. 390).

Jaquileuza Araújo Martins